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MOSTRA

Fascismo Mata

De Nuremberg aos Yanomami

Tribunal de Nuremberg – Tribunal Militar Internacional para julgamento dos crimes de guerra, crimes contra a paz e crimes contra a humanidade praticados por ofíciais nazistas durante a II Guerra Mundial.

“que tempos são estes EM que temos QUE defender o óbvio”

Bertolt Brecht (1898-1956)

Em quatro salas organizadas para visitação a mostra Fascismo MataDe Nuremberg aos Yanomami, realizada pelo Armazém Memória, rememora o principal julgamento do século XX sobre os crimes de guerra do regime nazista. Assim, podemos enxergar o que levou o presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Antonio Barra Torres a declarar que as imagens da crise humanitária Yanomami “remontam a cenas que só víamos em documentários da Segunda Guerra Mundial, a cenas do Holocausto, quando víamos pessoas com ossos cobertos apenas por pele”. Barra Torres perguntou, nessa mesma declaração: Como se chegou a esse ponto?” Assim também o fez em nota o Instituto Brasil-Israel. Genocídio? Crimes contra a humanidade? Impunidade e repetição até quando?

As fotos das crianças dos campos de concentração da Polônia sob responsabilidade do governador-geral da Cracóvia Hans Frank, que foi condenado a morte em Nuremberg por crimes de guerra, quando vistas por seu filho Niklas foi o suficiente para que ele tivesse certeza da culpa de seu pai. Por ocasião dos 75 anos do julgamento de Nuremberg declarou: “achei que ele tinha sido acusado com razão quando vi. na época, fotos de campos de concentração com corpos de crianças da minha idade. Isto me chocou porque nas imagens estava escrito Polônia“. Lugar em que vivera com seu pai e aos 6 anos em 1946 Niklas viu imagens semelhantes às das crianças Yanomami vista pelo presidente da ANVISA e a sociedade brasileira em 2023.

No século XX o nazismo alemão foi protagonista de uma barbárie junto a seus aliados e fascistas de países ocupados, que apesar de veementemente condenada após a segunda guerra mundial e lembrada década após década, tais imagens ressurgem em vários lugares no mundo, incluse no Brasil, que viveu durante os 4 anos do governo Bolsonaro um período de expansão da ideologia fascista em nossa sociedade. O fascismo de tempos em tempos arrebanha fileiras para a violência, a prepotência, o preconceito, a intolerância existencial, cultural e política contra toda diversidade; semeando terror, miséria, dor e ignorância. Quando logra chegar ao poder do Estado, repete a história.

No Brasil o povo Yanomami vive um ciclo permanente de agressões em função das riquezas contidas em seu território.  Não é só pela semelhança de imagens dessas crianças e adultos de épocas tão distantes, que podemos afirmar a forte suspeita de pratica de genocídio, mas também pelas condutas e práticas herdadas da presença colonial européia e da ditadura de 1964-1985, enraizadas nas atitudes e políticas executadas entre 2019 e 2022. Teremos a clareza de Niklas sobre a responsabilidade dos membros do primeiro escalão do governo Bolsonaro quanto ao genocídio Yanomami? Faremos justiça como forma de evitarmos novas repetições? Teremos um Nuremberg brasileiro?

SALA 1 – O Retorno

“Ao ver crianças, adultos doentes, desnutridos, sem qualquer tipo de amparo, é difícil, para não dizer impossível, não lembrar dos judeus presos em campos de concentração na Alemanha nazista”

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Trecho da nota do Instituto Brasil-Israel.

Lida na Globonews

EM DEFESA DO ESTADO PLURIÉTNICO E DEMOCRÁTICO DE DIREITO.

memória e verdade, justiça, reparação e não-repetição. 

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PELA APLICAÇÃO DA JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO

PARA OS CRIMES COMETIDOS PELO GOVERNO BOLSONARO (2019-2022)

MOSTRA

SALA 2 – A Justiça

Documentários & Atualidades

FASCISMO MATA

DE NUREMBERG AOS YANOMAMI

Conhece o fascismo e te aparta dele.

Nesta sala da mostra FASCISMO MATA: De Nuremberg aos Yanomami apresentamos uma série de registros e notícias atuais da empresa alemã de comunicação Deutsche Welle (DW) realizadas pela DW Brasil, que abordam a questão do enfrentamento ao nazismo hoje,  intercalando com documentários, antigos e recentes, realizados por franceses, russos e estadunidenses, que em seu conjunto retratam o quanto o fascismo degrada a humanidade e as dificuldades de superação de sua existência e consequências.

Os documentários selecionados foram produzidos nos anos de 1945, 1965 e 2006. enquanto o material produzido pela televisão alemã DW são de 2020 a 2023. Estão divididos em duas partes, a primeira sobre os criminosos e seus crimes trazem os registros perdidos dos diários feitos por Leon Goldensohn, imagens dos campos de concentração nazistas registradas durante o avanço das tropas a Berlim e a busca por justiça e punição dos envolvidos até os dias atuais.

A segunda parte aborda a cultura da memória, a educação e reflexões sobre a permanente tarefa da não-repetição dialogando com um dos mais importantes documentários sobre o fascismo cotidiano, produzido por  Mikhail Romm, discípulo de Eisenstein, trazendo o olhar soviético (URSS) sobre o assunto. A mostra encerra com o documentário Julgamento de Nuremberg, na expectativa que nos auxilie a entendermos como é possível entre 2019 a 2022 ocorrer mais uma vez um genocídio contra o povo Yanomami no Brasil.

A ideologia adotada pelos nazistas esteve presente no Brasil concomitante ao seu desenvolvimento na Alemanha hitlerista, tendo setores sociais em nosso país acolhido, adaptado e expandido essa ideologia no seio da sociedade, com raízes que se expressam a cada ciclo autoritário que vivemos. Assim o foi da década de 30 até o fim da segunda guerra mundial em 1945, durante a ditadura militar de 1964 a 1985 e mais recentemente no governo Bolsonaro.

Coincidentemente, no período Vargas a Marcha para o Oeste promoveu inúmeras chacinas e mortandade entre os povo indígenas e os Yanomami viveram processos violentos a partir do contato nos anos 1970. O Estado brasileiro foi acusado de implemetar uma política indigenista genocida no período da ditadura militar, no período de transição e no começo da redemocratização, quando nenhum responsável foi punido em função da lei da Anistia de 1979. O massacre de Haximu de 1993 foi o único caso julgado com condenação de genocídio no Brasil, é foi praticado também contra o povo Yanomami e, agora, entre 2019 e 2022, sob o governo Bolsonaro denúncias de genocídio foram feitas em vários organismos internacionais.

Conhecer a história é a melhor forma de não permitir a expansão desta ideologia, mas se torna eficiente à democracia, se for relacionada ao presente e acompanhada do estabelecimento da justiça aos responsáveis, reparando os aingidos e fortalecendo o nunca mais com medidas concretas para a não-repetição.

CATÁLOGO DA MOSTRA

 FASCISMO MATA – DE NUREMBERG AOS YANOMAMI

Os Cadernos Secretos de Nuremberg - 2006 | Filmow   filme 2:

PARTE 1: DOS CRIMINOSOS E DOS CRIMES

1) Tribunal de Nuremberg completa 75 anos (matéria DW Brasil 2020) – Em 20 de Novembro de 1945, líderes nazistas passaram a ser julgados por crimes contra a humanidade. Após 75 anos, como esse momento histórico é lembrado por pessoas que o vivenciaram?

2) Os Cadernos Secretos de Nuremberg (documentário 2006) – Uma visão original do julgamento de Nuremberg, segundo os diários de Leon Goldensohn, o psiquiatra americano dos principais assassinos nazistas antes de sua execução.

3) Os últimos julgamentos de nazistas na Alemanha (matéria DW Brasil 2023) – Recentemente um tribunal alemão condenou uma mulher de 97 anos por participação no Holocausto. Ela tinha trabalhado como secretária num campo de concentração, fazendo trabalho burocrático. Muitas pessoas escreveram pra gente perguntando o contexto desse tipo de processo. Ou questionando por que só agora esse julgamento, se o regime de Hitler acabou há quase 80 anos.

4) Campos de Concentração Nazis (documentário EUA 1945) – Lançado em 28/08/1945 a partir das filmagens feitas por fotógrafos das forças armadas norteamericanas conforme avançavam na Alemanha nazista durante o final da segunda guerra mundial.

Duração da parte 1: 2 horas e 6 minutos.

filme 6:

PARTE 2: CULTURA DA MEMÓRIA, EDUCAÇÃO E NÃO-REPETIÇÃO

5) Holocausto: como não repetir os erros do passado (programa Camarote.21 DW Brasil 2022) – Cultura da memória: como aprender com a história para não repetir os erros do passado? O Camarote.21 desta semana fala sobre como os alemães lidam com a culpa do nazismo; como netos e bisnetos de sobreviventes do Holocausto se engajam para que o passado não seja esquecido; e como um projeto na África do Sul traça paralelos entre a violência antissemita e o Apartheid.

6) El Fascismo cotidiano (Título original: Obyknovennyy fashizm 1965) – Fascismo Ordinario es un documental soviético que Mikhail Romm, discípulo de Eisenstein, elaboró en 1965. Mikhail Romm , logra hacer este magnífico documental basándose en materiales fílmicos provenientes de los archivos nazis. El fascismo ordinario se presenta como un documento histórico dividido en una serie de capítulos, en los cuales se analiza el surgimiento del fascismo en Alemania como consecuencia de la gran crisis del capitalismo a finales de los años 20 y el auge del nazismo apoyado por el capital financiero alemán. Romm analiza mediante en un relato ameno e impactante, y muy irónico, el carácter populista del fascismo y el efecto de la propaganda vulgar y ordinaria en la psicología de masas, que llegó a extremos tales de hacer del ser humano simples máquinas de matar.

7) O ano é 2019, e neonazistas marcham nesta cidade alemã (programa DW Stories DW Brasil 2019) – O grupo neonazista “A Terceira Via” está polarizando a cidade alemã de Plauen com ideias extremistas. Políticos locais querem a proibição das marchas realizadas pelos neonazistas. Símbolos, uniformes e tambores usados pelo grupo lembram o período mais sombrio da Alemanha e assustam moradores.

8) O Julgamento de Nuremberg (documentário)  – O Julgamento de Nuremberg, ou oficialmente, o Tribunal Militar Internacional (TMI) foi um Tribunal Internacional formado após o fim da segunda Guerra Mundial, com o objetivo de julgar os crimes de guerra cometidos pelos chefes da Alemanha nazista e que feriram o direito internacional. Durou 285 dias, nos quais foram ouvidas 240 testemunhas.

Duração da parte 2: 3 horas e 50 minutos.

Organização e curadoria: Marcelo Zelic

ATENÇÃO: CENAS FORTES

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Julgados

Sentenças

ESQUECIMENTO JAMAIS

Os Princípios de Nuremberg

Em sua primeira sessão de 11 de dezembro de 1946, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou por unanimidade uma resolução afirmando “os princípios do direito internacional reconhecidos na Carta do Tribunal de Nuremberg e na sentença deste Tribunal”. Quatro anos depois, a Comissão de Direito Internacional da ONU apresentou sete princípios a serem observados na elaboração de um Código de Crimes contra a Paz e a Segurança da Humanidade. Isso significava que os Princípios de Nuremberg não se aplicavam mais apenas aos crimes do regime nazista: eles haviam assumido uma validade universal.

1. Qualquer pessoa que cometer um ato que constitua um crime de acordo com o direito internacional é responsável por isso e passível de punição.

2. O fato de que o direito interno não impõe uma pena para um ato que constitui um crime nos termos do direito internacional não exime a pessoa que cometeu o ato de responsabilidade nos termos do direito internacional.

3. O fato de uma pessoa que cometeu um ato que constitui um crime ao abrigo do direito internacional ter agido como Chefe de Estado ou funcionário público responsável não a isenta de responsabilidades ao abrigo do direito internacional.

4. O fato de uma pessoa ter agido por ordem do seu Governo ou de um superior não a exime das responsabilidades ao abrigo do direito internacional, desde que uma escolha moral lhe fosse de fato possível.

5. Qualquer pessoa acusada de um crime de acordo com o direito internacional tem direito a um julgamento justo sobre os fatos e a lei.

6. Os crimes a seguir indicados são puníveis como crimes de direito internacional:
 a. Crimes contra a paz,
 b. Crimes de guerra,
 c. Crimes contra a humanidade.

7. A cumplicidade na prática de um crime contra a paz, um crime de guerra ou um crime contra a humanidade, conforme estabelecido no Princípio VI, é um crime de direito internacional.

“The Blue Series”

É o registro oficial em 42 volumes do julgamento dos principais civis e líderes militares da Alemanha nazista que foram acusados de crimes de guerra. Os acusados ​​foram: Hermann Wilhelm Göring, Rudolf Hess, Joachim von Ribbentrop, Robert Ley, Wilhelm Keitel, Ernst Kaltenbrunner, Alfred Rosenberg, Hans Frank, Wilhelm Frick, Julius Streicher, Walter Funk, Hjalmar Schacht, Gustav Krupp von Bohlen und Dönitz, Erich Raeder, Baldur von Schirach, Fritz Sauckel, Alfred Jodl, Martin Bormann, Franz von Papen, Arthur Seyss-Inquart, Albert Speer, Constantin von Neurath e Hans Fritzsche.

O TRIBUNAL DE NUREMBERG INICIA UM PROCESSO DE EVOLUÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS E DAS FERRAMENTAS PARA JULGAR GRAVES VIOLAÇÕES E CRIMES CONTRA A HUMANIDADE, CHEGANDO HOJE A EXISTIR VÁRIAS INSTÂNCIAS COMO O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL,  EM HAIA E OUTROS ORGANISMOS DO DIREITO.

SALA 3 – Memória e verdade

Armazém Memória

menos armas mais livros

denúncia de 1974

denúncia de 1989

genocídio de 1993

Como interromper esse ciclo? Que estruturas permanentes devem ser criadas para que cessem as invasões ao território Yanomami, território da União destinado ao usufruto indígena? Que condutas e procedimentos de segurança o Estado deve adotar para que o mecanismo não se repita, interrompendo essa dinâmica genocida de expansão do desenvolvimento e exploração das riquezas deste território? Que organismo permanente de não-repetição deve ser criado para que a reação do governo brasileiro frente à denúncia não seja “correia de transmissão” em um mecanismo, para protelação de uma solução efetiva que proporcione respeito constitucional aos direitos dos povos indígenas e garantia do bem viver?

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centros de referência virtuais

INDÍGENA

18 bibliotecas

 

 

 

BRASIL NUNCA MAIS

12 bibliotecas 

 

LUTA PELA TERRA

12 bibliotecas

PAULO FREIRE

1 biblioteca

 

 

5.614 páginas.

SALA 4 – A Encruzilhada

JUstiça de transição

memória e verdade, JUSTIÇA, reparação E NÃO-REPETIÇÃO

“Educação não transforma o mundo.

Educação muda as pessoas.

Pessoas mudam o mundo”.

Paulo Freire

Educador

Iguais direitos e deveres menos violência de Estado

EM DEBATE:

Por que o governo do ex-presidente Bolsonaro é investigado sob suspeita de genocídio contra o povo Yanomami?

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